Igualdade de género no agronegócio pode ajudar milhões

A estimativa sobre a igualdade de género foi divulgada num estudo feito pela FAO. Este indica que o atraso na eliminação da discriminação contra as mulheres resulta em perdas de quase US$ 1 trilião na produtividade global, fazendo descer Produto Interno Bruto global (PIB),  enquanto que o empoderamento feminino poderia fortalecer cerca de 235 milhões de indivíduos.

Igualdade de género no setor agrícola

No coração do florescente agronegócio angolano, a igualdade de género emerge como uma questão essencial. À medida que o setor se expande, é imperativo que reconheçamos os desafios enfrentados pelas mulheres que desempenham papéis vitais na produção e distribuição de alimentos.

Piores Condições

Neste contexto, vale a pena uma análise das condições adversas que muitas mulheres enfrentam. Isso inclui disparidades salariais, falta de acesso a recursos essenciais e poucas oportunidades de avanço na carreira. 

De acordo com a FAO, cerca de um terço da mão-de-obra feminina em todo o mundo está envolvida em atividades relacionadas aos sistemas de produção de alimentos. Na região da África Subsaariana, por exemplo, esse número chega a dois terços. 

As condições de trabalho para as mulheres geralmente são mais difíceis do que para os homens. Isto inclui a frequência de empregos informais e irregulares, uma carga de trabalho mais intensa, salários mais baixos e ainda em tempos de crise económica, as mulheres são as primeiras a perderem os seus empregos – como aconteceu na pandemia Covid-19.  Além disso, as mulheres têm menos acesso a propriedade de terra, crédito e formação, que muitas vezes precisariam para aplicar em tecnologias que foram projetadas principalmente para homens.

Protagonismo Feminino

O protagonismo feminino é uma força motriz dentro do agronegócio. No entanto um ponto de preocupação é a insegurança. Em países africanos incluídos na amostra do estudo, Angola encontra-se entre os primeiros 15 países no ranking de maior violência física contra mulheres camponesas.

Segundo a FAO, a falta de igualdade de género está profundamente enraizada no sistema de produção de alimentos. Os autores do estudo explicam que a implementação de ações voltadas para o empoderamento das mulheres poderia resultar num aumento na renda de 58 milhões de pessoas e, ao mesmo tempo, ajudar outras 235 milhões. Ao fortalecer as mulheres, o mundo poderá dar um grande passo em direção ao combate da pobreza e da fome.

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Pouco progresso 

Embora tenhamos testemunhado avanços significativos, não podemos ignorar o fato de que o progresso muitas vezes é insuficiente. Para superar estes problemas, são propostas recomendações para construção de sistemas agroalimentares mais justos e sustentáveis, como melhorar o acesso das mulheres à internet móvel – que baixou de 25% para 16% entre 2017 e 2021- e certificar direitos mais justos de posse de terras agrícolas para as mulheres.

A igualdade de género no agronegócio é uma questão de importância vital. Embora tenhamos observado algum progresso, ainda se enfrentam desafios persistentes que exigem atenção contínua. Mulheres que trabalham incansavelmente neste setor enfrentam piores condições, mas também demonstram um incrível protagonismo feminino. Para alcançar uma verdadeira igualdade de género, é imperativo que continuemos a promover mudanças significativas em todas as esferas da sociedade e do agronegócio.

 

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