O país tem grande potencial no mercado do peixe, no entanto apresenta grandes desafios como a informalidade e falta de infraestrutura.
O crescimento do mercado do peixe a nível mundial apresenta uma grande oportunidade de desenvolvimento económico em Angola, chega à conclusão a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, que em conjunto com a União Europeia criou um programa para apoiar o país. O objetivo é chegar aos 250 milhões de toneladas de volume de pesca comercializado até 2030.
Potencial do mercado do peixe
Angola tem uma extensa costa marítima, uma abundante força de trabalho na indústria do mercado do peixe e relações comerciais sólidas com os principais países importadores da Europa e da Ásia. Formalmente o país exportou em 2018 US$81 milhões em produtos como o camarão, o caranguejo e atum, representando 2,1% do PIB nesse ano.
Isto diz que o mercado do peixe pode ajudar o país africano a alavancar a economia e a caminhar na direção certa rumo ao desenvolvimento de Angola.
Desafios do setor do mercado do peixe
No mundo do mercado do peixe, a sustentabilidade dos recursos do mar, isto é, a chamada economia azul, poderia aumentar a qualidade de vida dos angolanos e reduzir a pobreza que o país atravessa.
No entanto, à semelhança de outros setores, como a agricultura, Angola enfrenta no mercado do peixe a realidade dos empregos informais. Cerca de 90% é pesca artesanal de pequena escala e existe também a falta de infraestruturas com condições básicas de acesso a água de qualidade, gelo e eletricidade, o que torna as condições de conservação e armazenamento pós-pesca piores, aumentando assim as perdas. Além disso, o acesso a estradas e cadeias de transporte de frios para mercados lucrativos também é escasso, o que ainda piora este cenário.
Para a Unctad, Angola precisaria também de políticas e de laboratórios e instalações de pesquisa para haver um maior controlo do mercado do peixe. Segundo a ONU, o ideal seria a colaboração entre o governo e as entidades do setor privado de modo a alavancar a economia azul.
Com o objetivo combater a falta de formação do povo angolano, a União Europeia juntou-se à Unctad e desenvolveram o Programa Conjunto UE-Cnuced para Angola: Train for Trade II. Através desta iniciativa já foram instruídos temas como o desenvolvimento de cadeias de valor, transporte, investimento, empreendedorismo, política comercial e facilitação do comércio a mais de 2.615 angolanos.